segunda-feira, 11 de agosto de 2014

#limpezas

O meu não-talento para a cozinha generaliza-se para todas as tarefas domésticas. Não é que não as faça ou que não saiba fazer, é mais uma questão de não ter, como se diz em bom ribatejano, pachorra. Não gosto de andar a limpar pó, dobrar roupa e lavar tachos. Chateia-me. Mas como ter um canudo não faz de mim rica (com muita pena minha, mas enfim) tenho de me aguentar à bronca – não sei se será ribatejano ou apenas calão. Vivo na Casa das Princesas, isto é, quando estou na capital vivo com as minhas amigas Jé e Rá, mais precisamente Jéssica e Raissa. Temos uma casa de bonecas, pequena e amorosa, com direito a todas as pirosices que uma casa de meninas merece. Mas lá por ser a Casa das Princesas não quer dizer que seja um conto de fadas. As três Rapunzeles largam cabelo como se fossem o Sullivan dos Monstros e Companhia. E, como tal, existe um calendário no frigorífico a destinar quem é a Gata Borralheira da semana.

Esta semana calhou-me a mim. Preparei-me psicologicamente para o acontecimento. Pus a minhas luvas de borracha. Peguei no pano do pó, no aspirador e na esfregona. E fiz-me à vida. Limpei a cozinha, arrumei a loiça, fiz uma máquina com tapetes, outra com mantas e panos, espirrei, aspirei o chão de todas as divisões, estendi os tapetes, fiz a cama, espirrei, lavei o chão, troquei as toalhas, despejei o lixo, espirrei, sentei-me no sofá, deixei o chão secar, coloquei as coisas no sítio, espirrei.

Se calhar não sou apenas alérgica a ácaros, mas também a limpezas. É uma boa desculpa, han?


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