domingo, 31 de agosto de 2014

#séculoXXI

Anteontem saí do estágio e dirigi-me ao Minipreço para comprar umas coisinhas (acho melhor referir que não fui paga pelo supermercado, mas lá alguns preços são realmente mini). Com o saco do Minipreço na mão, coisa que não é nada fancy, fui para a paragem do autocarro. Quando este chegou, entrei e sentei-me ao lado de uma senhora que aparentava ter uns 60 e tal anos. Começámos a andar e passados uns dois minutos vejo a senhora a sacar de um tablet. Isto já não é anormal nos dias de hoje. Já não é um luxo, é apenas mais uma das mil tecnologias que andam dentro da nossa mala. Pensei para mim "o que terá uma senhora desta idade para fazer num tablet?" e obviamente fiquei, disfarçadamente, a olhar pelo canto do olho para ver o que se sucedia. Depois da portadora do tablet (já disse "senhora" muitas vezes) ter enfiado o dedo no ecrã com toda a força e arrastado o botão de desbloquear como se estivesse a lavar vidros, a dita:

Opção A) Consultou o e-mail.
Opção B) Visualizou fotografias dos filhos e dos netos.
Opção C) Jogou CandyCrush com som.

Como diz o provérbio, à terceira é de vez. Consultar o e-mail e visualizar fotografias da família não é cool, fixe fixe é jogar em aplicações com sons irritantes!



terça-feira, 26 de agosto de 2014

#descontosepromoções

Sabes que a vida está complicada quando chega a hora de ir ao supermercado e a tua mãe leva uma lista (não de compras como devia ser) mas sim de promoções. Levar o que é preciso já não é o natural de uma ida às compras, agora levar o que tem "50% em cartão" ou "leve 3 pague 2" é que está a dar.

Mãe - Tenho aqui um ticket de batatas para fritar!
Eu - Ah... vou já buscar, porque pode ser preciso.
Mãe - Mandaram-me uma mensagem a dizer que os cereais têm desconto.
Eu - Então vou aproveitar para levar mais do que uma caixa. Fica já...
Mãe - Queres levar umas bolachinhas para a casa de Lisboa?
Eu - Não, não estão em promoção não levo.

Vivo há 21 anos com a minha querida mãezinha e nunca na vida a vi fritar batatas em casa. As batatas (que levámos porque estavam em promoção) foram para casa da minha avó. Nem sequer existiam os cereais que eu mais gosto, mas toca de trazer outros para aproveitar. Agora, em vez das bolachinhas, ando a comer "pazadas" de cereais que nem são os meus favoritos.

Ai vida...

Tudo isto é uma brincadeira, nunca passei fome e sei bem que nada me falta. Mas existem pessoas que precisam de ajuda e como já fiz a boa ação desta semana, peço-vos também para o fazerem. Consultem o site apela.com e contribuam com aquilo que puderem. Não fiz o banho público que parece estar na moda, mas ajudei e sei que tu também ajudarás.






quinta-feira, 21 de agosto de 2014

#coisasqueacontecessematodos

Hoje estou especialmente inspirada, ou então não estou e penso que estou, o que pode resultar num texto mau como um dia de trovoada em que o chapéu-de-chuva se parte. Então do que é que vou falar? Para variar um pouco (hoje é para a loucura) vou fazer um top de coisas estúpidas que faço e que tenho a certeza que a tu também. Sim! Tu que estás aí a ler e a pensar que não é nada contigo, isto também te acontece!

E o número 10 vai para... (rufos) 

10 - Pegar o saco do lixo só com dois dedos e ao tentar colocá-lo no contentor, que é mais alto, bater com o saco no braço inteiro. 
9 - Estar sozinho em casa, à noite, ouvir um barulho e andar tipo detetive a tentar perceber o que é que o provocou.
8 - Ter uma mosca em casa e ficar a olhar para ela com um olhar raio-x como se houvesse os olhos a conseguissem matar.
7 - Ficar a ver um programa ao qual se chama "ridículo" que, por ser tão "ridículo", só dá vontade de ver mais.
6 -  Tentar apanhar uma mola de roupa/ um papel/ um saco de plástico com o pé para evitar baixar e apanhar com a mão.
5 - Ficar à espera que o semáforo mude para verde montes de tempo sem passar um único carro e quando se tenta arriscar vem um parvo a acelerar.
4 - Espirrar em público e ficar à espera que alguém diga "santinho", com um "obrigado" prestes a sair.
3 - Bater num poste, porque se está a olhar para o chão/ o telemóvel/ a mala/ o outro lado da rua, e pedir desculpa ao dito cujo, pensando que se trata de uma pessoa.
2 - Ouvir um carro a apitar e olhar com a convicção de que era para nós.

E em primeiro lugar está aquilo que ainda hoje me aconteceu... 

1 - Tropeçar numa pedra da calçada (ou, mais especificamente, quase cair) e olhar para todo o lado para ver se ninguém viu.



segunda-feira, 18 de agosto de 2014

#banhopúblico

Tenho a declarar que estou na moda. Não é que também já tomei um banho público? A água estava fresquinha, fresquinha. E ainda consegui inovar! Não gosto cá de individualismos e não quero a fama toda para mim, por isso tomei com muita gente à minha volta! Haviam de ver o que era de malta a tomar banhos públicos na praia de Carcavelos este fim-de-semana. Bem... Parece que esta moda pegou mesmo! 

Só me esqueci do pormenor de filmar. Quer dizer, não foi bem esquecer. Quis antes evitar que gentalha, como o Cristiano Ronaldo, a Daniela Ruah ou a Jennifer Lopez, se sentisse mal com o meu banho público altamente espetacular. Não foi apenas espetacular por estar rodeada de muitas pessoas de todas as idades e tamanhos, foi também espetacular porque nos entretantos vi uma rapariga de fio dental e com uma tattoo no fundo das costas a dizer 'vida louca'. Comi uma bola-de-berlim com tanto creme que parece que ia rebentar a qualquer momento. E ainda vi rapazes que se esqueceram de fazer musculação nas pernas (pensam que ficam giros com os braços do Popeye e as pernas do Noddy).

Afinal, quem é que teve um banho público buéda fixe, quem foi??


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

#sermenina

Num regresso à capital, entrei no comboio (um pouco cheio para o habitual) e sentei-me ao lado de uma senhora que foi simpática e desviou um dos muitos sacos que trazia consigo para eu ter o lugar. O comboio começou a andar e, dado que me esqueci do livro da Oprah que ando a ler, decidi organizar a carteira – há que aproveitar o tempo útil.

Três paragens depois, entra uma menina acompanhada pela avó. A menina, de seu nome Luana, tinha uns 7 ou 8 anos. Vestia uns calções de ganga, sandálias azuis e um top amarelo. Tinha óculos roxos e a pobre da sua avó carregava dois sacos que, pelo que dava para ver, tinham toda a tralha da Luana. Como sei o nome? Ora bem, para além de uma pulseira com o mesmo, a avó da menina teve de repeti-lo durante a viagem toda, porque a dita era muito faladora. Começou por pedir à avó que lhe desse os óculos de sol, obviamente eram cor-de-rosa com hastes brancas e de um tamanho exorbitante (estilo Paris Hilton). Começou a trocar dos óculos de ver roxos para os óculos de sol cor-de-rosa umas trinta mil vezes, enquanto comentava que nenhuns assentavam bem. Depois decidiu examinar-me – devo ter ar de pirosa – olhou, olhou e voltou a olhar e decidiu segredar para a avó “eu tenho lá em casa uma pulseira igual à daquela menina”. Eu tentei fingir que não ouvi e continuei a olhar pela janela. De repente, a Luana queria um jogo. Pediu à avó que lhe respondeu que não podia ser, pois estava num fundo de um dos enormes sacos que carregava. Ela amuou e disse que ia dormir. Compôs a sua mochila cor-de-rosa, colocou os óculos de sol a condizer e fingiu adormecer. A avó ralhou, dado que estavam a chegar ao destino e tinham de sair. A Luana contrariou, pois estava com muito sono. Sono que, de repente, passou quando o senhor ao lado tirou o telemóvel do bolso. A menina lembrou-se que, também ela, tinha um telemóvel e pediu-o à sua avó. Pedido que, mais uma vez, não foi realizado pois o telemóvel estava no meio de todas as tralhas completamente inacessíveis. Luana insiste. Avó recusa. Luana amua. Avó diz que está na hora de saírem do comboio. Luana levanta-se com um sorriso como se nada tivesse acontecido e dirige-se à porta com o seu ar piroso e confiante. 

Isto é ser menina, viver numa confusão constante, ter desejos impossíveis de realizar, mas no final sair sempre por cima com um sorriso no rosto e um ar de quem vai vencer o mundo. 



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

#limpezas

O meu não-talento para a cozinha generaliza-se para todas as tarefas domésticas. Não é que não as faça ou que não saiba fazer, é mais uma questão de não ter, como se diz em bom ribatejano, pachorra. Não gosto de andar a limpar pó, dobrar roupa e lavar tachos. Chateia-me. Mas como ter um canudo não faz de mim rica (com muita pena minha, mas enfim) tenho de me aguentar à bronca – não sei se será ribatejano ou apenas calão. Vivo na Casa das Princesas, isto é, quando estou na capital vivo com as minhas amigas Jé e Rá, mais precisamente Jéssica e Raissa. Temos uma casa de bonecas, pequena e amorosa, com direito a todas as pirosices que uma casa de meninas merece. Mas lá por ser a Casa das Princesas não quer dizer que seja um conto de fadas. As três Rapunzeles largam cabelo como se fossem o Sullivan dos Monstros e Companhia. E, como tal, existe um calendário no frigorífico a destinar quem é a Gata Borralheira da semana.

Esta semana calhou-me a mim. Preparei-me psicologicamente para o acontecimento. Pus a minhas luvas de borracha. Peguei no pano do pó, no aspirador e na esfregona. E fiz-me à vida. Limpei a cozinha, arrumei a loiça, fiz uma máquina com tapetes, outra com mantas e panos, espirrei, aspirei o chão de todas as divisões, estendi os tapetes, fiz a cama, espirrei, lavei o chão, troquei as toalhas, despejei o lixo, espirrei, sentei-me no sofá, deixei o chão secar, coloquei as coisas no sítio, espirrei.

Se calhar não sou apenas alérgica a ácaros, mas também a limpezas. É uma boa desculpa, han?


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

#fuienganadaegostei

No outro dia (quando faço referências temporais com esta expressão pode significar que já passaram cinco anos, só para que conste) estava cheia de fome (algo que é muitíssimo raro na minha vida) então decidi parar no Pingo Doce para comprar qualquer coisita (ir ao Pingo Doce é raro, a música deles irrita-me, mas era o que estava mais à mão). E “comprar qualquer coisita” não é bem assim, é mais comprar qualquer coisa que me deixasse satisfeita, de barriguinha cheia. Nalguns destes supermercados (não vou repetir o nome porque ninguém me pagou) existe um espaço tipo pastelaria com delícias altamente calóricas e prontas para levar. Perguntei à senhora se um dos croissants de brioche era simples (dizem que engordam menos que os folhados como se alguém que come croissants estivesse a pensar em calorias). A senhora respondeu que sim, existiam outros ao lado de chocolate mas aquele era simples. Como a minha consciência de vez em quando pesa (muito raramente) levei o simples. Pensei “cinco minutos na boca, cinco anos no corpo” e dirigi-me à caixa com o meu croissant de brioche simples.

Fui para o Metro, entrei no Metro e, ainda o Metro não tinha começado a andar, ataquei ferozmente aquele que era um croissant muito desejado. Tirei um lenço para não parecer uma esfomeada e não ficar com um bocado de croissant no canto da boca enquanto outras pessoas entravam e saiam da carruagem, comecei a mastigar e senti um sabor diferente. Reparo melhor e vejo um creme amarelo dentro do croissant. Cai-me um bocado de baba e concluo “afinal tem doce de ovos!”. Houve fogo-de-artifício, estrelas cadentes e aplausos. Houve alegria, felicidade e uma explosão de sabores. Houve um “huuuum”, um “que bom” e um contentamento indescritível. Foram uns quantos segundos de regalo, uma satisfação por menos de 60 cêntimos. Depois acabou. Regressei à realidade. Pensei “a senhora do Pingo Doce enganou-me”. E fui para casa. 

P.S.: Obrigada senhora do Pingo Doce, tornou o meu dia mais feliz.


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

#superin

Tenho a declarar que estou super in! Atenção que não é apenas super in, é supééér in. Não é que sentei o rabo num dos bancos que está ao pé das mesas do Mercado da Ribeira? Forma errada de dizer isto. Vou corrigir. Não é que tive o prazer de estar presente no Mercado da Ribeira? Foi supééér chique! Supééér na moda! Supééér! Até espetei logo com uma fotografia no Instagram. Ai não! Até publiquei logo uma fotografia no Instagram, com #mercadodaribeira e uns emoji contentes.

Estou a brincar, porém fui realmente ao Mercado da Ribeira com os meus amiguinhos e foi muito giro! O espaço está renovado, cheio de restaurantes de fazer crescer água na boca e com um ambiente muito giro. Tenho de convencer alguém a pagar-me um ‘ganda’ jantar lá, vou bater as pestanas ao Diogo. 


domingo, 3 de agosto de 2014

#acampando

(aconselho a ler com sotaque alentejano, irá ter mais piada)

Estou acabadinha de chegar de um fim-de-semana com o Diogo em Évora. Dado que a crise financeira de que falam para aí e que toca a alguns também nos toca a nós, fomos acampar. Depois de 3 séculos a escolher a tenda, 3 dias para decidir o local e 3 horas a fazer a mala, fomos começando a nossa aventura. Correu tudo muito bem! Conhecemos a cidade, aproveitamos a piscina e comemos a bela da carne de porco à alentejana. Tiramos fotografias à turista, pedimos um mapa no posto de turismo e ainda comprei um íman para o frigorífico. Ficámos fascinados com uma caravana movida a controlo remoto, babámos para os grelhados da vizinha do lado e rimo-nos das nossas estacas mal espetadas no chão. Cuscámos as tendas gigantes do vizinhos (uma até tinha um armário com caixas de Chocapic), montámos um estendal improvisado e matámos umas quantas formigas. Ouvimos muito "bonjour" dada a quantidade de franceses no parque, tivemos o prazer de adormecer ao som de grilos e acordámos com o palrar das quinhentas espécies de pássaros existentes nas redondezas. 

Ah... a vida no campo! Pobres mas felizes, porra!