terça-feira, 6 de janeiro de 2015

#usargorro

Quando o inverno chega, todas as revistas de moda se enchem de conselhos para parecermos fashion mesmo quando está um frio que faz arrepiar da unha do pé até à orelha. Mantas XXL para aqui, blusões para ali, botas para além... É uma panóplia de produtos que nos deixam de olhos em bico com os preços e nos fazem ansiar para que cheguem os saldos (nem vou falar bem desse assunto, porque da última vez que entrei no Colombo pensei que ia ser engolida por sacos e encontrões). 

À parte da tristeza de estarmos em crise e nem nos saldos dar para fazer uma extravagância na Zara, felizmente estou prevenida de roupa para o gelo. Ainda hoje quando acordei às 6h40 e me dirigi à rua às 7h00 estava preparadíssima para as mais baixas temperaturas de sempre. Calças, meias até ao joelho, botas, camisola segunda pele (é tipo collants em forma de camisola), camisola de malha de manga comprida, camisola polar por cima e, ainda, um casaco de fazenda. Para completar uma gola que dá três voltas, luvas com as mangas da camisola por cima e gorro. Não havia frio que se metesse comigo. Até parecia o boneco da Michelin sem conseguir fechar os braços. 

Sai de casa à pressa, sem olhar bem ao espelho. Mal abria os olhos. Entro no comboio e ainda estava tão escuro que as janelas em vez de darem para ver a rua, faziam de espelho. Quando dei de caras com a minha figura fiquei deveras surpreendida. E não, não estava resplandescente. Só nos filmes é que as pessoas acordam bonitas. Estava com ar de Calimero. O gorro não assentava bem, fazendo um altinho no topo da cabeça que parecia o ovo que o dito desenho animado usa. Para além disso, o volume corporal que se seguia do pescoço para baixo não ajudava e limitei-me a ver e calar. Já não havia nada a fazer...

Fotografia: Inês CR

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