domingo, 11 de janeiro de 2015

#arranjarasunhas

Eis que chega aquele momento da semana em que é fulcral tratar das unhas que foram perdendo bocados de verniz a cada dia que passa. Este não é um problema de quem usa gel, gelinho ou verniz gel e que vai à esteticista remediar o assunto. Este é o problema de quem as faz em casa e usa esmaltes do chinês ou da Risqué. Ao fim de contas vai tudo dar ao mesmo, embora para mim os melhores sejam os Andreia. Escolhas à parte, é impossível fazer durar o verniz, abre-se o botão do casaco vai um bocado de tinta, arranca-se uma fita de cola e vai outro, abre-se a gaveta e vai uma unha. Isto de ser mulher não é fácil e receio bem que alguns homens também já começam a ter esta preocupação. 

Pessoalmente adoro ter as unhas arranjadas. Quando não o tenho não mostro tanto as mãos e tendo a pintá-las em locais públicos. Não é nada chique, mas de vez em quando lá vai um retoque no autocarro. 

O "estou a arranjar as unhas" é um momento que deve ser compreendido como um ritual carregado de concentração e energia. Empurra cutícula daqui, puxa lima dali, põe verniz endurecedor além. Dá um trabalhão desgraçado e consegue consumir a paciência de qualquer uma. No final, quando temos as unhas impecáveis, pintadas de fresco e sem qualquer imperfeição, andamos de um lado para o outro de mãozinha esticada e a abrir portas com os cotovelos e os pés para não estragar nada. Depois acontecem situações complicadas, como estar tão aflita para fazer chichi que tem de se desabotoar as calças e estragar tudo. Ou também fechar o estojo dos mil acessórios utilizados para a tarefa, prender a unha no fecho e estragar tudo. Ou até mesmo ir lavar a porcaria do copo que ficou esquecido no lava-loiça e estragar tudo. 

Isto é complicado. É uma vida tramada, andar meia hora a tocar com a pontinha do lábio na unha do polegar para ver se já está seco e quando tocamos na mínima coisa já se foi o brio. Ich! Não há condições.

Fotografia: Inês CR

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